quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Grecia Antiga

As origens dos jogos olimpicos

Apesar de associarmos as olimpíadas com o esporte, os jogos    olímpicos da Grécia Antiga eram principalmente um festival religioso para honrar Zeus. Segundo a lenda, os jogos foram fundados por Hércules, que plantou uma oliveira de onde eram feitos os ramos dos ganhadores.
Os primeiros jogos olímpicos foram realizados em 776 a.C com apenas um evento – uma corrida a pé de aproximadamente 200 metros chamada Stadion, que deu origem a palavra ‘estádio’. Os jogos eram realizados a cada quatro anos e o período de tempo entre os jogos ficou conhecido como Olimpíada.
Os gregos levaram os jogos tão a sério que uma trégua era declarada e estritamente respeitada durante cada jogo olímpico. Inclusive durante a Guerra do Peloponeso, os inimigos se misturaram e competiam lado a lado durante o evento. A trégua foi quebrada apenas uma vez por Esparta, que levou uma punição e foi banido dos jogos desde 420 a.C.


Arquitetura
O Partenon, Acrópole de Atenas, o melhor exemplo existente de templo dórico.
Um dos símbolos de maior sucesso artístico da Grécia é a sua requintada arquitetura, principalmente as elegantes colunas de pedra e os frontões triangulares, esculpidos em três “estilos” de arquitetura desenvolvida por eles entre 600 a.C. e 300 a.C. Estes estilos foram criados para construir templos para os deuses. Esculpidos em mármore, eles imitavam as técnicas de cortes em madeira das construções originais.
O estilo dórico é o mais antigo e simples, com fortes colunas e frontões cobertos com esculturas que, naquela época, poderiam ter sido pintadas de azul ou vermelhas para criar impacto. O melhor exemplo existente de um templo dórico é o Partenon (438 d.C.) na Acrópole de Atenas.
O estilo jônico floresceu aproximadamente na mesma época nas ricas cidades da Ásia Menor. É mais suave e mais decorativo, com finas colunas que apresentam espirais no final do capitel. O estilo atingiu o seu ponto máximo no –agora perdido- Templo de Artemisa em Éfeso, uma das Sete Maravilhas do Mundo. Hoje em dia, podemos ver exemplos da arquitetura jônica no Templo de Atenas na Acrópole.
Em 400 a.C. surgiu uma nova e mais elaborada versão da arquitetura jônica: o estilo coríntio. Ele apresenta intrincadas folhas de acanto esculpidas no topo das colunas, significando influências de estilo vindas do Oriente Médio. A grandiosidade do estilo coríntio o transformou no tipo de construção favorito na Roma Imperial.

Filosofía


Busto grego clássico do filósofo Platão.
Alguns dos grandes pensadores do mundo antigo surgiram na Grécia, principalmente em Atenas. A Filosofia ou “amor à sabedoria” era a forma deles buscarem a verdade e a realidade no mundo, sem se apoiarem nas respostas dadas pela religião ou o mito.
Sócrates (469-399 a.C.) foi um dos pensadores mais influentes do mundo ocidental. Seu trabalho se centrou no estudo da ética e da moral. Sócrates acreditava que a felicidade dependia de levar uma vida baseada na moral e que ela podia ser ensinada. Ele ainda pensou que se a virtude é conhecimento, então a maldade é ignorância, e por isso não é intencional.
Sua obra causou um efeito profundo no seu aluno Platão (427-347 a.C.), que estudou a questão da ética com mais profundidade posteriormente. Em sua obra prima: “A República” (385-370 a.C.), Platão questiona o conceito de justiça e descreve o seu governo ideal.
A maior contribuição feita por Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, foi a de ser o primeiro filósofo que verdadeiramente separou a filosofia da ciência. Ele inventou o primeiro sistema de lógica, estabeleceu as ciências da biologia e zoologia, fundou a sua própria universidade e esteve entre os primeiros cientistas políticos. Como pensador, as contribuições de Aristóteles foram únicas e sem paralelos até o século XIX.
Zeus

O poderoso Zeus foi o rei de todos os deuses gregos e o administrador da justiça divina. Chefe dos céus (seus irmãos Poseidon e Hades mandavam no mar e no mundo das trevas, respectivamente.) Ele carregava um raio para demonstrar seu poder e associação com o tempo. Zeus viveu sempre nas montanhas do Monte Olimpo, de onde ele observava – e com freqüência participava – das vidas dos homens que viviam abaixo. De barba, forte e vigoroso, Zeus teve muitos filhos com a sua esposa, a deusa Hera, e com as suas aventuras amorosas com mulheres mortais. Nem todas as mulheres se relacionavam por vontade própria, pois sabiam que elas e seus filhos tinham que suportar os atos de violência causados pela vingativa e ciumenta Hera.

As cidades-estado

A Grécia antiga não era um país, mas uma série de cidades-estado autogovernadas. De fato, no nosso mundo moderno ‘política’ vem de ‘polis’, a palavra grega para cidade-estado. Florescendo na Era Arcaica (800 a.C. – 300 a.C.), elas foram fundadas nos princípios da cidadania; com diferentes direitos e privilégios para os homens cidadãos, mulheres cidadãs, suas crianças, moradores estrangeiros e escravos. Todos os homens cidadãos, sem importar se forem pobres, tinham direitos políticos.
Três das principais cidades-estado mais importantes foram Atenas, Esparta e Corinto. A mais avançada era Atenas, o lugar do nascimento da cultura e a democracia, local famoso no mundo antigo pela sua beleza geográfica.
Esparta, no Peloponeso, ao Sul da Grécia, era o arqui-rival de Atenas. Esparta possuía uma temível potência militar com a melhor infantaria do mundo grego – não era de se estranhar, pois todos os meninos espartanos eram retirados das mães dos sete aos treze anos de idade para realizar o pesado treinamento militar. Os espartanos trocaram a cultura e a beleza por uma ‘espartana’ de simplicidade e resistência.
Corinto construiu a sua riqueza com manufaturas e comércio marítimo. Era bem conhecida no mundo antigo como um centro de luxo e lugar de entretenimento dos ricos, que vinham em grandes quantidades procurando as prostitutas sagradas do Templo de Afrodite.



Ciência e Medicina


Uma estátua grega clássica de Pitágoras.
Apesar dos gregos terem sido os primeiros europeus em considerar questões sobre astronomia, matemática, física e biologia, somente na época de Aristóteles que eles reconheceram a ciência como uma disciplina diferente da filosofia. Entretanto, eles fizeram descobertas surpreendentes e seus nomes são reconhecidos ainda hoje.
Pitágoras (570-500 a.C) não foi somente pioneiro no estudo das matemáticas no mundo ocidental, mas também um trabalhador miraculoso. Seu famoso teorema para calcular a distância entre a hipotenusa de um triângulo com ângulo reto é bem conhecido. Menos conhecidas são suas teorias místicas sobre a transmigração das almas.
Hipócrates (460-390 a.C), um medico clínico e escritor médico, é o pai da medicina moderna. Ele criou uma renomada escola de medicina na ilha de Cos onde os estudantes aprendiam a diagnosticar doenças através da observação. Foi desta escola que surgiu a primeira versão do Juramento Hipocrático.
Arquimedes (287-211 a.C) é mais famoso por correr pelas ruas gritando “Eureka!” ao descobrir o princípio da gravidade específica, enquanto estava sentado tomando banho. Mas também inventou o Parafuso de Arquimedes – um mecanismo usado ainda hoje para puxar água para cima – e muitas outras importantes teorias de geometria.

As Guerra de Tróia

A história da Guerra de Tróia é uma das lendas gregas mais famosas. Quando o príncipe troiano Paris seqüestrou Helena, a linda esposa de Menelau, este recrutou os gregos, liderados pelo Rei Agamenon de Micenae, para poder recuperar sua esposa. O cerco sangrento durou dez anos e ocasionou a morte de muitos heróis gregos, incluindo Hector e Aquiles.
A guerra foi finalmente ganha graças a brilhante tática de Odisseu. Seguindo ordens, os gregos abandonaram o local em barcos, como se tivessem sido derrotados, deixando para trás um enorme cavalo de madeira. Pensando que o cavalo era uma oferenda para os deuses, os troianos o colocaram dentro da cidade. Mas, ao anoitecer, uma equipe de guerreiros gregos saiu do interior do cavalo e abriu as portas da cidade para o exército grego que tinha voltado. Tróia foi saqueada e totalmente queimada.
O mito se transformou em verdade quando o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann descobriu a real cidade de Tróia – que tinha sido queimada de fato em 1220 a.C. Agora é aceito que a guerra de Tróia realmente aconteceu, apesar de que é mais provável que a luta tenha sido ocasionada por rotas de comércio e não por amor.




As Guerras Persas

Na antiguidade, a maior ameaça ao mundo grego foi a Pérsia, um poderoso império com desejo de expansão. Mas durante as guerras Persas de 490 a 480 a.C, o equilíbrio do poder mudou inesperadamente: numa série de desafiantes campanhas em Marathon, Thermopilae e Salamis, os gregos se defenderam dos invasores com sucesso.
O significado da vitória era grande. Antes disto, os gregos era uma série de cidades-estado independentes – muitas vezes rivais – com nenhum sentimento de unidade nacional. Depois da Guerra, eles começaram a reconhecer suas semelhanças culturais. Eles se identificaram orgulhosamente como ‘gregos’ e desenvolveram um sentimento de confiança que resultou em grandes acontecimentos culturais nos séculos III e IV a.C, principalmente em Atenas. Se os persas tivessem ganhado, o antigo legado de democracia grega, a arte e o drama, que tem influenciado o mundo moderno tão profundamente, poderia nunca ter sido criado.














As Guerras do Peloponeso

As Guerras do Peloponeso foram a Guerra Mundial da Antiga Grécia. As lutas duraram 27 anos, de 431 a 404 a.C, envolveram nações do mundo grego e se realizaram não apenas na terra continental da Grécia, mas também na Sicília e Bizantium.
A política foi a raiz do problema. Atenas tinha se transformado na mais rica e poderosa cidade da Grécia, e seu sistema democrático de governo estava sendo amplamente copiado, para o alarme das oligarquias tradicionais como as da Esparta. Reunindo aliados desde a região grega Dorian, Esparta formou a liga Peloponesa e foi para a guerra. Em resposta, Atenas se uniu aos gregos das regiões do Egeu e do oeste da Ásia Menor para lutar sob a Liga de Delos.
Foi uma guerra de atrito, com falta de tecnologia militar e progredindo lentamente e com dificuldades. Ambos os lados ganharam batalhas, mas no final, Esparta tirou o poder de Atenas, tomando o controle de uma Grécia exausta.















A Lingua da Grecia
Linear B - a primeira forma da escrita grega.
A escrita é um indicativo de que a sociedade é civilizada, por isso não é surpresa que os gregos tenham uma forma de escrita desde 1400 a.C, durante o período Mycenaean. A escritura simbólica, chamada Linear B, foi descoberta pelo Sir Arthur Evans quando ele escavou o Palácio de Knossos em Creta, na primeira metade do século XX. Mas foi somente em 1952 que o arquiteto britânico Michael Ventris a decifrou.
Mesmo assim, o Linear B era desajeitado e complicado. A verdadeira evolução veio em 775 a.C, quando os gregos adotaram o alfabeto usado pelos comerciantes fenícios. O antigo sistema precisava de um símbolo por cada sílaba, mas o novo alfabeto de 24 a 26 letras usava um símbolo para cada som, permitindo-lhes construir números ilimitados de palavras com poucos caracteres.
A alfabetização se expandiu rapidamente. Aproximadamente em 600 a.C. – apenas 175 anos depois – a maior parte dos cidadãos homens podia ler e escrever. O alfabeto grego teve tanto sucesso que foi adotado depois pelos etruscos e os romanos, e evoluiu no alfabeto usado hoje.

Educação
Este exemplo das primeiras cerâmicas gregas mostra uma garota aprendendo a ler na escola.
Apesar da escola não ser um requisito obrigatório na Grécia Antiga, cenas pintadas em vasos de 500 a.C. nos dizem que o estudo era bem difundido.
Os meninos começavam a sua educação aos sete anos. Os mais pobres ficavam na escola de três a quatro anos para aprender o ensino básico, e os alunos mais ricos dez anos. Até mesmo algumas meninas eram formalmente educadas no mundo grego, mas diferentes dos meninos e em escolas separadas.
Os alunos aprendiam com três tipos de professores: os grammatistes, que ensinavam a leitura, a escrita, a aritmética e a literatura; os paidotribes que treinavam a luta, boxe e ginástica; e os kitharistes que ensinavam música, principalmente canto e lira.
Aos 18 anos, os garotos eram obrigados a fazer dois anos de treinamento militar e depois voltavam à escola para receber uma educação mais sofisticada e se prepararem para a vida pública. Um dos primeiros lugares de educação superior foi a Academia, uma escola de filosofia fundada por Platão, em 385 a.C. Aristóteles fazia funcionar um estabelecimento semelhante chamado Liceu, onde o currículo era mais amplo. Estas escolas proporcionaram o modelo para as universidades atuais.

Contar histórias
Pintura do século XIX duma cena da Ilíada no estilo de uma pintura de jarra grega.
Contar histórias era um dos maiores entretenimentos dos gregos comuns, desde o segundo milênio a.C, bem no começo do período Arcaico. Com baixos índices de alfabetização, histórias de mitos e lendas foram recitadas de memória ao redor do fogo e passadas de geração a geração.
O maior desses poemas épico foi a Ilíada, que contou a história da Guerra de Tróia, e a Odisséia, que falava das aventuras do Rei Odisseu após voltar da guerra. Apesar desses poemas terem sido o resultado de centenas de anos de apresentações, eles só foram escritos pela primeira vez ao redor de 750 a.C.. Esta forma final é atribuída a Homero, um poeta cego de Anatólia de quem sabemos muito pouco. Mesmo que ele tenha existido ou não, suas histórias continuam nos fascinando até hoje.




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